A Esporotricose

É uma doença comum entre os bichanos, muitas vezes desconhecida dos tutores.

Conhecida também como a doença do jardineiro, a esporotricose classifica-se como uma zoonose, pois pode atingir não somente os animais mas também humanos.

Gatos que vivem em clima tropical (como aqui no Brasil) e têm acesso a jardins e áreas externas são mais propícios a tê-la, já que o seu agente causador é um fungo que se prolifera na natureza (grama, casca de árvores e plantas). 

Causa e forma de manifestação

A doença se manifesta como micose subcutânea, causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Tem duas formas que o fungo usa para instalar-se:

  • Quando o animal tem um corte ou uma ferida no corpo; ou
  • quando se machuca em galhos ou espinhos contaminados.

Dessa forma o fungo entra pela ferida do animal e pode atingir até mesmo os ossos em casos mais graves, caso não sejam tratados adequadamente.

Além disso, se você for arranhado ou mordido por um animal contaminado, é possível ser infectado também. Mas para humanos a esporotricose não é tão grave.

Cachorros também podem se contaminar, porém são fáceis de ser curados.

Para tratamentos os pets devem ser levados ao veterinário. 

Há uma tendência a praticar-se eutanásia em gatos acometidos de esporotricose. Em nossa opinião, esta é uma medida extrema e precipitada, pois é possível tratar a doença e devolver a saúde e a qualidade de vida para o bichano.

Sintomas

Existem outras formas além da cutânea, explicaremos mais abaixo, mas o principal sintoma é quando as feridas não cicatrizam. 

Outras formas de se apresentar são:

  • Forma cutânea: suas características são nódulos avermelhados, podendo apresentar secreções em alguns casos. Sendo mais comuns de serem vistas na face do animal, no plano nasal, na base da cauda e nas pernas. Pode ser uma única ferida ou várias espalhadas pelo corpo, dependendo do estágio que se encontra a doença. 
  • Forma linfocutânea: nessa fase os nódulos cutâneos evoluem para úlceras com secreção, podendo atingir o sistema linfático do animal. 
  • Forma disseminada: é o estágio mais grave da doença. O animal nessa fase estará com diversas lesões, apatia, febre, anorexia e alteração na respiração. 

Tratamento e prevenção 

Como toda doença seja em animais ou em humanos, quanto mais rápidamente diagnosticada, mais fácil e rápido será o tratamento.

O tratamento dos felinos normalmente é feito com pomadas antifúngicas, que devem ser passadas nas feridas. O tratamento pode durar meses ou até mesmo mais de um ano, por isso deve ser seguido à risca conforme prescrição médica, para que o animalzinho se cure o mais rápido possível. 

Para evitar que seu gato pegue a doença é necessário, basicamente:

  • Restringir e controlar o espaço acessado por ele;
  • evitar que ele vá a áreas de possível instalação do vírus — jardins e locais de ampla natureza.

Sempre que notar mudanças na pelagem ou comportamentais do seu felino procure o veterinário.

Transmissão e vacina

Não existe vacina contra a esporotricose, mas alguns estudos vêm sendo desenvolvidos.

A transmissão pelo ar é rara, porém é possível.

Não há registros de casos de transmissão de um ser humano para outro, até aqui o que se sabe é que humanos podem pegar a doença apenas pelo contato com animais contaminados.

Entre animais a contaminação é mais comum, sendo possível contaminar outros pets que convivem na mesma residência, por exemplo. O aconselhável, quando detectada a doença, que você isole o animal infectado, para que ele não tenha contato com outros animais, e fique sendo tratado num ambiente separado.

Caso a doença venha causar a morte do animal, é essencial que o corpo seja cremado, pois caso seja enterrado a micose pode se espalhar pelo solo, assim infectando outros animais. 

Que cuidados podem evitar a transmissão

Sempre higienizar bem o ambiente em que o felino vive reduzirá a quantidade de fungos dispersos.

Para humanos que estão cuidando de animais acometidos da esporotricose, é fundamental sempre usar luvas para não ter contato com a infecção e lavar bem as mãos. 

Mariana Silveira
Mãe, blogueira, apaixonada por animais em geral, especialmente pelos gatos.
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