O Gato Chartreux

Saiba tudo sobre a raça Chartreux!

Originário da França, o gato Chartreux é muitas vezes confundido com o British Shorthair e com o Azul Russo. O fato é que esse “sorridente” gatinho azul é adorável e especial.

Embora não haja certeza quanto à sua origem, também não há dúvidas de que é uma das raças de gato mais antigas do mundo. A história dessa raça está ligada à de importantes personagens, incluindo o general Charles de Gaulle e os monges templários do principal mosteiro da França.

História à parte, esses bichanos são bastante carinhosos e dóceis, ótimos como companhia para todos os dias. Não há como não se apaixonar pela personalidade adorável desses felinos, que só ganham mais e mais admiradores mundo afora.

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Qual a origem do gato Chartreux?

Como já posto anteriormente, a origem do gato Chartreux ainda é incerta. No entanto, inúmeras histórias cercam a vida desse gatinho que, certamente, existe já há alguns séculos.

A teoria mais aceita atualmente é de que o Chartreux teria surgido na Sibéria ocidental, onde existia há milênios. Isso explicaria a pelagem tão espessa dessa raça, que funciona como um cobertor para isolar o resto do corpo do animal das temperaturas muitas vezes negativas dessa região.

Outra história atrelada à origem dessa raça conta que ela foi criada por monges em um mosteiro no sudeste da França, o Le Grand Chartreux, com o intuito de que terem por perto felinos calmos e que vocalizassem pouco para não atrapalhar a meditação dos monges.

Acredita-se que os ancestrais do Chartreux chegaram ao mosteiro no século XIII, época marcada pela volta dos monges ao local depois das batalhas nas Cruzadas. Além de servir como companhia para os monges, os felinos também protegiam os manuscritos e as dependências do templo contra a ação de ratos.

O Chartreux esteve próximo da extinção durante a Segunda Guerra Mundial, e como medida emergencial para a manutenção da raça foram permitidos cruzamentos controlados com gatos da raça British Shorthair.

A raça foi reconhecida oficialmente apenas em 1987, através da TICA (The International Cat Association). Pouco tempo depois a FIFE (Fédération Internationale Féline) e a CFA (Cat Fanciers’ Association) seguiram pelo menos caminho.

Quais as características do gato Chartreux?

As características físicas do Chartreux podem variar bastante de um exemplar para outro, especialmente no que diz respeito ao peso e tamanho. Isso porque a raça apresenta um grande dismorfismo sexual, ou seja, macho e fêmea apresentam estrutura física bastante diferente.

Enquanto os machos costumam ter porte de médio a grande — com exemplares chegando a pesar até 7 quilos —, as fêmeas são quase sempre medianas ou pequenas, com peso médio entre 3 e 4 quilos.

De maneira geral, o gato Chartreux tem um corpo robusto e musculoso, que se traduz em boa agilidade e flexibilidade. Comparadas ao corpo em si, as extremidades são finas e os pés largos e arredondados. A cauda é média e mais larga na base do que na ponta, também arredondada.

A cabeça tem formato de trapézio invertido, com contornos suaves e grandes bochechas. A mandíbula é bastante marcada e o formato da boca dá a impressão de que sempre estão sorrindo.

As orelhas são inseridas afastadas e de tamanho médio, arredondadas nas pontas. O nariz é reto e largo, completando sua aparência expressiva com grandes e redondos olhos, sempre de coloração dourada. Curiosamente, os filhotes costumam nascer com os olhos verde-azulados, tornando-se dourados perto dos 3 meses de vida.

O Chartreux possui pelo curto a médio, com textura aveludada e bastante subpelo. Os machos tendem a ter pelos mais espessos e as fêmeas pelo mais fino e sedoso. A cor é uniforme, variando desde o azul-acinzentado claro ao escuro.

Qual a personalidade do gato Chartreux?

Os gatos da raça Chartreux são, de maneira geral, muito doces e delicados, e costumam se adaptar muito bem a qualquer ambiente. São ideais para famílias com crianças e também com outros animais de estimação.

Inteligente e brincalhão, pode passar horas se divertindo. É tão sociável que não costuma se fechar nem mesmo para estranhos. Tem uma personalidade equilibrada e bastante paciente, o que reflete em pouca ou quase nenhuma agressividade.

Essa personalidade já fez o gato Chartreux ser muitas vezes comparado com os cachorros, já que têm o hábito de seguir os tutores pela casa, querendo estar junto deles em todos os momentos. Eles também adoram colo e dormir com os donos.

É de se imaginar, portanto, que o Chartreux não é uma raça recomendada para pessoas que moram sozinhas ou para tutores que precisam passar muito tempo fora de casa.

Os exemplares dessa raça evitam confrontos e brigas e, caso percebam que alguma situação dessa pode se colocar, desaparecem ou se escondem até que o ambiente esteja tranquilo.

Saúde e cuidados com o gato Chartreux

O gato Chartreux é uma raça bastante saudável e resistente, em geral, embora alguns indivíduos possam possuir um gene recessivo responsável pelo desenvolvimento de uma doença chamada luxação patelar.

Essa doença ataca a rótula (ou patela) dos felinos, fazendo com que se desloque com facilidade, o que pode causar bastante dor. Caso os tutores descubram essa doença genética, é recomendado castrar o bichano afetado e evitar a reprodução.

Além disso, há alguns relatos de tendência à gengivite e acúmulo de cera nos ouvidos do Chartreux, o que pode levar a uma infecção. Levar o seu amiguinho ao veterinário para fazer check-ups regulares e limpeza periódica é de extrema importância. Outro cuidado é com o sobrepeso, já que eles tendem a ser um pouquinho gulosos.

A pelagem densa e dupla dessa raça requer cuidado especial. O ideal é que ele seja escovado diariamente para evitar a formação de bolas de pelo, que podem causar problemas sérios, incluindo obstruções intestinais.

Não é preciso dar banhos no seu Chartreux, mas caso seja dado, é necessário muito atenção para uma secagem efetiva do seu amiguinho. Pode até parecer que o pelo está seco, mas superficialmente, o que pode resultar em resfriados e até pneumonias.

Curiosidades sobre o gato Chartreux

A autora francesa Colette tinha vários gatos da raça Chartreux, um deles chamado Saha. Ele serviu de inspiração para a autora escrever um romance curto, La Chatte, de 1933.

A história gira em torno de um homem chamado Alain que ama seu gato Chartreux mais do que sua esposa. No livro, Colette deixa transparecer seu amor pela raça: ela descreve Saha como um “demônio cinza pérola” e um “ursinho com bochechas gordas e olhos dourados”.

Felipe
Formado em Administração de Empresas, o hobby pela leitura e escrita naturalmente me levou para o caminho de trabalhar como Redator. Trabalhando há dois anos nas horas vagas. E nas ocupadas também.
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