Resgate de animais revela maus-tratos em hotéis para pets no Paraná

Dono de hotéis para animais no Paraná é preso acusado de maus-tratos e fraude; polícia investiga possível envolvimento de protetores de animais.

Dono dos estabelecimentos é preso durante férias no Rio de Janeiro

Cerca de 100 cães e gatos foram resgatados em situação de maus-tratos em dois hotéis para animais localizados em São José dos Pinhais e Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O proprietário dos estabelecimentos, João Carlos Lobato, foi detido em Arraial do Cabo (RJ) enquanto estava de férias. A prisão ocorreu graças à ação conjunta entre as autoridades do Paraná e do Rio de Janeiro.

A mãe de Lobato, de 52 anos, também foi detida em flagrante durante uma operação da Delegacia de Meio Ambiente do Paraná. Ela foi encontrada na propriedade onde os animais estavam sendo maltratados. A defesa de Lobato afirmou que se manifestará apenas no inquérito policial. O G1 tenta localizar a defesa da mãe do suspeito.

Condições precárias e falta de cuidados

Segundo a polícia, os animais encontrados nos hotéis estavam feridos e sem alimento, e os locais careciam de cuidados básicos de higiene. Além disso, os animais sofriam com a falta de espaço adequado, o que agravava ainda mais a situação. Investigações revelaram que Lobato recebia dinheiro de protetores de animais para cuidar dos bichos resgatados de situações de violência.

O delegado Guilherme Dias descreveu o cenário encontrado como “um cenário de terror”, onde os animais ficavam sem se alimentar e muitos estavam gravemente doentes. A polícia encontrou documentos comprovando que Lobato recebia dinheiro para castrar e vacinar os animais, serviços que não eram prestados.

Comprovantes de pagamentos e possível envolvimento de protetores

O delegado responsável afirmou que comprovantes mostram que uma protetora de animais pagava aproximadamente R$ 13 mil para que Lobato cuidasse dos animais, o que não estava sendo feito. A polícia investiga se outros protetores de animais estavam envolvidos no esquema, seja por negligência ou cumplicidade.

As investigações também apontam que alguns protetores podem ter sido enganados por Lobato, que se aproveitava da boa fé das pessoas para obter recursos financeiros. A polícia pretende ouvir todos os envolvidos para esclarecer a participação de cada um no caso.

Atuação como veterinário sem formação

Além dos maus-tratos, Lobato também é investigado por usar carimbos e receitas em branco de clínicas veterinárias para se passar por veterinário. Isso inclui a prática de atos médicos veterinários, como prescrição de medicamentos e realização de procedimentos cirúrgicos, sem a devida formação e autorização.

A polícia também apura a responsabilidade das clínicas veterinárias envolvidas no fornecimento dos carimbos e receitas em branco, que possibilitaram a atuação ilegal de Lobato. Essa investigação pode levar a possíveis penalidades e sanções para os estabelecimentos e profissionais envolvidos.

Futuro dos animais resgatados e andamento do caso

Os animais resgatados foram encaminhados para abrigos temporários e receberão tratamento veterinário adequado. Diversas ONGs e protetores de animais locais se mobilizaram para ajudar no cuidado e reabilitação dos cães e gatos, com o objetivo de encontrar lares permanentes para eles.

O inquérito policial prossegue para apurar todas as circunstâncias do caso e determinar as responsabilidades de cada envolvido. Além disso, a investigação visa identificar e evitar possíveis práticas semelhantes em outros estabelecimentos na região. A sociedade espera que a justiça seja feita e que os animais possam ter a oportunidade de viver em ambientes saudáveis e seguros.

(Fonte)

Mariana Silveira
Mãe, blogueira, apaixonada por animais em geral, especialmente pelos gatos.
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