Envenenamento em gatos: sintomas e primeiros socorros

Proteja seu gato de venenos mortais! Descubra como agir em casos de intoxicação e aprenda dicas preciosas para prevenir acidentes em casa. Saiba mais agora!

Os felinos são muito cautelosos, porém muito curiosos, mas como qualquer ser vivo, podem cometer erros. Podem ainda ser atacados ou, por descuido, tomarem algum tipo de veneno.

Este tema é importante, e todo tutor deve estar sempre bem informado em relação a sintomas e primeiros socorros, pois o envenenamento causa a morte do bichano. 

Causas principais de envenenamento em gatos

Devido à sua extrema curiosidade, exploram e experimentam coisas novas, mas nem sempre isso dá certo. Muitas vezes os felinos acabam intoxicados, envenenados ou feridos. 

Por conta do nosso conhecimento do perigo potencial de algumas substâncias e produtos, podemos evitar que isso aconteça deixando-os fora do alcance dos nossos pets. 

Não temos muito o que fazer em casos de envenenamento ou intoxicação, mas podemos identificar os sintomas a tempo e consultar um veterinário o mais rápido possível.

No entanto, existem algumas coisas que podemos tentar fazer em casa, enquanto o veterinário estiver a caminho (claro, se ele autorizar, já que há casos que o próprio médico indicará não fazer nada, você entenderá a seguir). 

Outros tipos de envenenamento podem ser por mordida de cobra, picada de animais peçonhentos (como aranhas e escorpiões), inalação de gás tóxico e ingestão de plantas tóxicas. 

Gatos são sempre vítimas fatais do “chumbinho”, por pessoas maldosas que colocam junto a uma isca chamativa o veneno, fazendo assim o felino ingerir. O efeito tóxico é muito rápido, aparece entre 5 a 10 minutos após a ingestão.

Pode levar o animal a ter morte súbita dependendo da quantidade ingerida ou vir a óbito nas próximas horas. O chumbinho causa lesões nos pulmões, fígados e rins. 

Neste caso a pessoa pode ser presa, pois estará infringindo a Lei Ambiental. Além dele próprio estar correndo riscos devido à manipulação e estocagem do produto. 

Em caso da dose ingerida ter sido pequena, os animais intoxicados são tratados com lavagem estomacal (até 2 horas após a ingestão), sulfato de atropina para conter a maioria dos sinais causados pelo aldicarb, soroterapia para eliminar mais rápido o veneno, anti-hemorrágico, anti-convulsivantes, carvão ativado para evitar a absorção do tóxico pelo organismo, etc.

Alguns dos venenos e toxinas mais comuns com os quais os gatos domésticos se deparam frequentemente são:

  • Medicamentos para humanos (ácido acetilsalicílico e paracetamol);
  • Alimentos para humanos (chocolate);
  • Inseticidas (arsênio);
  • Produtos de limpeza (água sanitária e sabão);
  • Inseticidas (alguns produtos antiparasitários externos que pulverizamos em nossos animais de estimação e em seu ambiente);
  • Insetos venenosos;
  • Plantas tóxicas;

Alguns produtos e plantas contêm substâncias químicas e enzimas que são tóxicas para os gatos e que o corpo deles não consegue metabolizar. Falaremos mais sobre esses produtos, seus efeitos e como tratá-los abaixo.

Sintomas de envenenamento em gatos

Os sintomas de envenenamento em gatos são variados e acabam dificultando a nossa percepção, uma vez que dependem da origem do envenenamento e do grau de intoxicação. Os sinais mais comuns de um gato envenenado são:

  • Vômitos e diarreias, muitas vezes com sangue;
  • Salivação excessiva;
  • Tosse e espirros;
  • Irritação gástrica;
  • Irritação da zona da pele que entrou em contato com o tóxico;
  • Dificuldade respiratória;
  • Convulsões, tremores e espasmos musculares involuntários;
  • Depressão;
  • Pupilas dilatadas;
  • Debilidade;
  • Dificuldade de coordenação nas extremidades por problemas neurológicos (ataxia);
  • Perda de consciência;
  • Micção frequente (urinar muitas vezes).

Como proceder diante de um envenenamento em gatos

Caso você detecte qualquer um dos sintomas citados acima, deverá agir de acordo com cada situação. O mais importante é ligar imediatamente para o veterinário, estabilizar o animal e recolher o máximo de informações e uma amostra do veneno para que o médico possa ajudar com mais conhecimentos sobre o fato.

Recomenda-se que você esteja com mais alguém para auxiliá-lo, pois enquanto entra em contato com o veterinário a outra pessoa pode ir estabilizando o felino. Nesses casos o tempo e a agilidade são importantes. 

Se o gato está muito fraco, quase desmaiando ou já inconsciente, devemos colocá-lo num local aberto, ventilado e iluminado. Isto permite-nos observar melhor qualquer outro sintoma, além de oferecer ar fresco ao gato.

Para levantá-lo, devemos ter cuidado e fazê-lo de forma a pegar em todo o corpo com firmeza. Se você não tiver um local externo em sua casa ou apartamento, o banheiro ou a cozinha costumam estar bem iluminados e ter água facilmente.

É muito importante retirar com cuidado a fonte de envenenamento, caso tenha conseguido detectar, para que o animal não seja ainda mais intoxicado, assim como os animais e humanos que convivem com ele.

Após observar bem o gato, ligue urgentemente para o veterinário, que indicará como proceder nesta situação corretamente. Quanto antes você entrar em contato com o profissional, mais probabilidade de sobrevivência terá o felino.

A fonte de envenenamento será uma das primeiras coisas que o veterinário irá perguntar. Só assim será possível saber se será necessário provocar o vômito ou não do animal.

Atenção! Não devemos estimular o vômito apenas por pensarmos que é a melhor solução para extrair o veneno. É preciso lembrar que, se se trata de algo ingerido há mais de duas horas, o ato de vomitar não ajudará em nada e apenas enfraquece o gato. 

Se o animal estiver inconsciente, nunca tente fazê-lo engolir alguma coisa para provocar o vômito. É o caso da ingestão de substâncias corrosivas como as substâncias ácidas e alcalinas (água sanitária, etc) e derivados de petróleo (gasolina, querosene, líquido de isqueiros, etc). Não se deve induzir o vômito nessas situações porque isso pode causar queimaduras cáusticas e danificar o esófago, a garganta e a boca.

Caso tenha conseguido identificar o veneno deve dar o máximo de informação ao veterinário, como o nome do produto, o seu princípio ativo, a potência, a quantidade aproximada do que pode ter sido ingerido e há quanto tempo ocorreu o envenenamento do gato, entre outras indicações dependendo do tipo de tóxico que tenha produzido o envenenamento.

Não deve-se dar comida, leite, óleos ou nenhum outro remédio caseiro enquanto não sabemos com toda a certeza que veneno foi ingerido e como se deve proceder, por isso será melhor esperar as indicações do veterinário.

Isso acontece porque caso não saiba bem o que está acontecendo com o bichano, qualquer desses alimentos poderá produzir um efeito contrário ao que esperamos, piorando assim o estado do nosso amigo.

Caso queira dar alguma coisa para beber enquanto espera pelo veterinário e este não o contraindique, aí sim é possível dar água ou água com sal utilizando uma seringa.

Se for decidido que devido à origem do veneno deve-se fazer o gato vomitar, devemos seguir umas determinadas regras para a indução do vômito para evitar danos desnecessários durante o processo.

Embora consigamos fazer com que o gato vomite, uma parte do veneno já foi absorvida pelo intestino, assim sendo, deve tentar reduzir o avanço desta absorção do veneno. Isto é possível através de carvão ativado, que mais abaixo explicamos como usar.

Se a contaminação aconteceu por algum pó ou substância oleosa e se aderiu ao pelo do animal, devemos sacudi-lo com uma escovagem intensa no caso de se tratar de pó ou utilizar algum produto de limpeza de mão que retire as substâncias oleosas.

Se ainda assim não conseguir retirar o tóxico do pelo, deve cortar um pedaço. É preferível deixá-lo com uma aparência não tão bonita, porém evitará uma deterioração do estado do animal.

Caso o gato esteja desperto e atordoado, e o veterinário não nos indique o contrário, será bom dar-lhe água fresca para beber, uma vez que muitos venenos que os gatos costumam ingerir afetam os rins e o fígado.

Dando-lhe água fresca reduzimos um pouco o impacto nestes órgãos. Se o bichano não conseguir beber sozinho, pode dar-lhe a água através de uma seringa.

Antes de se dirigir ao veterinário ou antes que ele chegue à sua casa, se for possível, deve conservar uma amostra do veneno com o qual o gato foi envenenado, junto com a embalagem, rótulo, etc, que possam fazer parte desse veneno. Assim o veterinário terá o máximo de informação para ajudar o nosso amigo.

Tratamentos a seguir diante de diversas causas de envenenamento em gatos

A seguir, estão os tratamentos para as causas mais comuns de envenenamento nos felinos, os quais só devemos realizar se o nosso veterinário nos indicar ou se de fato não tivermos outra opção.

O ideal é que estas medidas sejam realizadas por um profissional. Confira, ainda, os sintomas de envenenamento em gatos a partir dos diferentes tóxicos:

  • Shampoo, sabão ou detergente: nestes casos os sintomas são mais leves e mais fáceis de tratar. Muitos destes produtos contêm soda cáustica e outras substâncias corrosivas, por isso nunca se deve induzir o vômito. Os sintomas são tonturas, vômitos e diarreia. Caso se trate de pouca quantidade ingerida e o veterinário não indique o contrário, uma boa forma de ajudar o organismo do gato e tratar esse envenenamento é dar água ao bichano;
  • Medicamentos para humanos: trata-se de um grande perigo que está sempre por perto, mesmo que possamos pensar que estão bem guardados. Além disso, por conta de desconhecimento acabamos por lhes dar algum destes medicamentos para baixar a febre ou acalmar outros sintomas. Este é um grande erro, pois a maioria não é feita para gatos, e mesmo a dose mínima ou a indicada para crianças pode intoxicar nossos pets. Por isso, nunca medique o seu animal de estimação sem consultar um veterinário. Além disso, devemos saber que a maioria destes medicamentos são eliminados pelo fígado depois de metabolizados, mas os gatos não conseguem metabolizar adequadamente muitos medicamentos nem vitaminas.

Abaixo os medicamentos mais comuns para nós mas que danificam a saúde dos nossos felinos gravemente e inclusivamente lhe podem provocar a morte:

  • Ácido acetilsalicílico (Aspirina): trata-se de um analgésico e antipirético muito comum, mas nos gatos produz um efeito muito negativo, como vômitos (às vezes com sangue), hipertermia, respiração acelerada, depressão e morte;
  • Paracetamol: é um anti-inflamatório e antipirético muito utilizado pelos humanos (muito eficaz). Mas, novamente, é uma arma mortal para os felinos. Danifica o fígado, escurece as suas gengivas, produz salivação, respiração rápida, depressão, urina escura e pode resultar na morte do animal;
  • Vitamina A: costumamos ter em casa complexos vitamínicos para as épocas em que queremos evitar resfriados ou outras doenças comuns. Estes complexos vitamínicos incluem a Vitamina A. Além disso, esta vitamina pode ser encontrada em alguns complementos alimentares e em alguns alimentos como o fígado cru. O excesso desta vitamina produz nos felinos sonolência, anorexia, rigidez do pescoço e das articulações, obstrução intestinal, perda de peso, posições estranhas — como sentar-se sobre as patas traseiras mas elevando as patas dianteiras ou deitar-se deixando todo o peso sobre as extremidades sem chegar a relaxar;
  • Vitamina D: esta vitamina pode ser encontrada em complexos vitamínicos, mas também em raticidas e em alguns alimentos. As hipervitaminoses D produzem anorexia, depressão, vômitos, diarréias, polidipsia (sede extrema) e poliúria (micção muito frequente e abundante). Isto acontece devido às lesões renais e hemorrágicas que acontecem no aparelho digestivo e respiratório;
  • Alcatrão: o alcatrão incluiu diversos produtos como o cresol, a creosoto e fenóis. Encontra-se em desinfetantes caseiros e outros produtos. O envenenamento no caso dos gatos por estes produtos costuma acontecer pela absorção através da sua pele, embora também possa acontecer por ingestão. Esta intoxicação provoca a estimulação do sistema nervoso, a debilidade do coração e danos no fígado, sendo os sintomas mais visíveis a debilidade icterícia (coloração amarela da pele e das mucosas devido ao aumento da bilirrubina), perda de coordenação, excesso de repouso e inclusive o estado de coma, ainda dependendo do nível de envenenamento pode causar a morte. Não existe um tratamento específico. No caso de ter sido ingerido recentemente, é possível administrar soluções salinas e de carvão, seguido de claras de ovo para suavizar os efeitos corrosivos do veneno;
  • Cianeto: encontra-se em plantas, em venenos para roedores e em fertilizantes, entre outros. No caso dos felinos, o envenenamento por cianeto acontece mais frequentemente pela ingestão de plantas que contêm compostos de cianeto, como o junco, as folhas de maçã, o milho, a linhaça, o sorgo e o eucalipto. Os sintomas em um gato envenenado com esta substância costumam aparecer passados 10 a 15 minutos após a ingestão e podemos observar um aumento da excitação que rapidamente se transforma em dificuldades respiratórias, o que pode acabar em asfixia. O tratamento a seguir pelo veterinário é a administração imediata de nitrito de sódio;
  • Arsênio: o arsênio está presente em inseticidas, pesticidas e venenos para pragas e roedores. Os sintomas mais comuns neste caso são a diarreia aguda, que pode apresentar sangue, além de depressão, pulso fraco, debilidade geral e colapso cardiovascular. Estes sintomas ocorrem devido à inflamação aguda causada pelo arsênio em diversos órgãos internos como o fígado ou os rins. Neste caso, se o veneno foi ingerido no espaço de duas horas pelo gato, o tratamento de urgência é a indução do vômito, seguido da administração oral de carvão ativado e, passado uma ou duas horas, deve administrar protetores gástricos como pectina ou caulim;
  • Etilenoglicol: utiliza-se como anticongelante nos circuitos de refrigeração de motores de combustão interna e comumente é conhecido como anticongelante para o carro. O sabor deste composto é doce, o que acaba atraindo ainda mais o animal levando-os a consumi-lo. Mas, os felinos não distinguem o sabor doce, então nesse caso não ocorre com muita frequência. Os sintomas aparecem muito rapidamente depois da ingestão e podem dar a sensação de que o nosso gato está bêbado. Os sintomas são vômitos, sinais neurológicos, letargia, perda de equilíbrio e ataxia (dificuldade de coordenação devido a problemas neurológicos). O que se deve fazer nestes casos é induzir o vômito e dar carvão ativado seguido de sulfato de sódio entre uma e duas horas depois de ter ingerido o veneno;
  • Flúor: o flúor é utilizado nos venenos para ratos, produtos para limpeza oral dos humanos (como por exemplo, pasta de dentes) e acaricidas ambientais. Devido ao fato de o flúor ser tóxico para os cães e gatos, nunca devemos usar a nossa pasta dentária para lhes lavar a boca. Os sintomas são gastroenterite, sinais nervosos, aumento do ritmo cardíaco e, dependendo do nível de envenenamento, inclusive a morte. No caso de envenenamento severo deve-se administrar imediatamente gluconato de cálcio por via intravenosa ou hidróxido de magnésio ou leite por via oral para que estas substâncias se juntem com os íons de flúor;
  • Chocolate: o chocolate contém teobromina, que é um químico pertencente às metilxantinas. Nós (humanos) não produzimos nenhum efeito daninho, uma vez que temos enzimas que podem metabolizar a teobromina e convertê-la em outros elementos mais seguros. Por outro lado, os felinos não têm estas enzimas, o que faz com que uma pequena quantidade os possa intoxicar. Assim, trata-se de um alimento humano que podemos adorar e por isso muitas vezes damos ao nosso animal de estimação como prêmio e isto é um grande erro. Os sintomas de envenenamento por chocolate costumam aparecer entre seis a doze horas depois da ingestão. Sede constante, vômitos, salivação, diarreia, inquietude e ventre inchado. Passado um tempo, os sintomas progridem e aparece a hiperatividade, tremores, micção frequente, taquicardia, bradicardia, dificuldade respiratória, insuficiência cardíaca e respiratória. O tratamento de primeiros socorros neste caso é, assim que se der conta da ingestão, induza o vômito ao gato e dê-lhe carvão ativado via oral. Se a ingestão de chocolate ocorreu passadas duas horas ou mais, o vômito não será muito útil uma vez que o processo de digestão estomacal já aconteceu. Portanto, devemos levar o gato intoxicado diretamente ao veterinário para que este realize o tratamento dos sintomas imediatamente com o material adequado;
  • Passas e uvas: este caso de envenenamento não é muito comum, mas ainda assim acontece. Sabe-se que a dose tóxica nos cães é de 32 gramas de passas por cada quilo de peso corporal, e de 11 a 30 miligramas por quilo de peso corporal no caso das uvas. Sabemos que para um gato as doses tóxicas sempre serão quantidades menores. Os sintomas incluem vômitos, diarreia, debilidade sede extrema, desidratação, incapacidade de produzir urina e finalmente insuficiência renal, que pode acabar em morte. Como primeiros socorros deve induzir o vômito ao seu animal de estimação e em seguida deve levá-lo ao veterinário onde, além de outras coisas necessárias, será induzida a micção através de terapia intravenosa de fluídos;
  • Álcool: no caso de envenenamento de animais com álcoois são mais comuns o etanol (bebidas alcoólicas, álcool desinfetante, a massa de fermentação e os elixires), o metanol (produtos de limpeza, como os limpa pára-brisas) e o álcool isopropílico (álcool desinfetante e aerossóis de antipulgas para animais de estimação feitos com álcool). O álcool isopropílico tem o dobro de toxicidade do etanol. A dose tóxica encontra-se entre 4 a 8 mililitro por quilo. Este tipo de tóxicos não só se absorve através da sua ingestão mas também acontece através da absorção pela pele. Os gatos são especialmente sensíveis a estes álcoois, portanto devemos evitar esfregá-los com anti-pulgas que não sejam indicados para gatos e que contêm álcool. Os sintomas aparecem na primeira meia hora a uma hora de intoxicação. Observam-se vômitos, diarreia, perda de coordenação, desorientação, tremores, dificuldade para respirar e nos casos mais graves, devido a esta insuficiência respiratória, acaba originando a morte do animal. Como primeiros socorros deve-se ventilar o gato e se a ingestão de álcool aconteceu recentemente induza o vômito. Não lhe dê carvão ativado, uma vez que neste caso não surtirá nenhum efeito. Em seguida recorra ao veterinário para que o veja e atue conforme for necessário;
  • Cloro e água sanitária: os produtos de limpeza de casa e os utilizados para as piscinas contêm água sanitária e, portanto, contêm cloro. Às vezes vemos que os nossos animais de estimação gostam de beber a água do balde de limpeza que contém estes produtos misturados, beber a água da piscina recém-tratada e tomar banho nela. Os sintomas são vômitos, tonturas, salivação, anorexia, diarreia e depressão. Como primeiros socorros, devemos administrar leite ou leite com água ao nosso gato como uma seringa na boca de forma pausada e deixando que o mesmo vá bebendo por si. Nunca devemos induzir o vômito, ele já irá vomitar por si mesmo e provocar ainda mais vômito fará com que fique fraco e danifique o trato digestivo, isto porque a água sanitária e o cloro são corrosivos estomacais. Não se deve dar carvão ativado pois não terá nenhum efeito. No caso de não ter ingerido e a intoxicação tenha acontecido pela pele, deve dar banho ao gato com um xampu suave para gatos e enxaguar com água abundante para que não fiquem restos. Por fim, deve recorrer ao veterinário para uma check up;
  • Inseticidas: os inseticidas incluem produtos que contêm carbamatos, compostos de hidrocarbonetos clorados, piretrinas, piretróides e organofosforados, todos eles tóxicos para o felino. Os sinais de envenenamento neste caso são micção frequente, salivação excessiva, dificuldade para respirar, cólicas, ataxia e convulsões. Neste caso os primeiros socorros serão a administração de carvão ativado seguida de indução de vômito com 3% de peróxido de hidrogênio. De qualquer maneira, a indicação é levá-lo a um veterinário.

Conselhos sobre a dose e as administrações orais

  • Indução do vômito: use uma solução de água oxigenada a 3% (peróxido de hidrogênio) e uma seringa infantil para administrar a solução de forma oral. Nunca devemos usar soluções que tenham concentrações mais elevadas de água oxigenada, como alguns produtos para o cabelo, porque isso prejudicará ainda mais o gato em vez de o ajudar. Para preparar esta solução e administrá-la deve-se saber que a dose de água oxigenada a 3% é 5 mililitros (colher de café). Para um gato médio de 4,5 quilos precisa mais ou menos de 10 mililitros (2 colheres de café). Repita o processo a cada 10 minutos por um máximo de 3 doses. Pode administrar esta solução oral logo depois do envenenamento, utilize de 2 a 4 mililitros por quilo de peso corporal desta solução de água oxigenada a 3%;
  • Forma eficaz de o gato engolir a solução oral: introduza a seringa entre os dentes e a língua do gato para que seja mais fácil introduzir o líquido que é mais fácil de engolir. Além disso, nunca devemos introduzir todo líquido de uma só vez, mas sim 1 mililitro de cada vez e esperar que engula para dar a próxima dose, assim evitando o desperdício caso ele cuspa;
  • Carvão ativado: a dose normal é de 1 grama de pó por cada meio quilo de peso corporal do gato. Um gato médio requer mais ou menos 10 gramas. Devemos dissolver o carvão ativado no menor volume possível de água para formar uma espécie de pasta espessa e utilizar a seringa para o administrar oralmente ou com uma sonda estomacal. Repita esta dose a cada 2 ou 3 horas por um total de 4 doses. No caso de envenenamento severo, a dose é de 3 a 8 gramas por quilo de peso corporal uma vez a cada 6 ou 8 horas, durante 3 a 5 dias. O carvão ativado é vendido em forma de líquido já diluído em água, em pó ou em comprimidos que também podem ser dissolvidos;
  • Pectina ou caulim: deve ser administrado pelo veterinário. A dose indicada é de 1 grama a 2 gramas por quilo de peso corporal a cada 6 horas, durante 5 ou 7 dias;
  • Mistura de leite com água: o uso de leite em casos de envenenamento nos gatos é muito restrito, então é bom prestar bastante atenção a isso. Podemos dar leite ou uma diluição de leite com 50% de água quando queremos que este atue em certos venenos, como por exemplo o flúor, e assim a passagem pelo organismo seja menos prejudicial. O apropriado é uma dose de 10 a 15 mililitros por quilo de peso corporal ou tudo o que o animal possa consumir;
  • Nitrito de sódio: deve ser administrado pelo veterinário. Devem ser administrados 10 gramas em 100 mililitros de água destilada ou uma solução isotônica salina com uma dose de 20 miligramas por quilo de peso corporal do animal afetado pelo cianeto.

Dicas para proteger o bichano

  • Nunca deixe medicamentos soltos em cima dos móveis. Prefira armazená-los em gavetas, armários ou caixinhas bem fechadas;
  • Pesquise sobre plantas tóxicas aos animais e evite tê-las em casa;
  • Produtos de limpeza devem ser mantidos fora do alcance dos bichanos, de preferência em um armário fechado;
  • Não permita que o gato tenha acesso à rua. Além do risco de envenenamento, ao sair de casa ele também fica mais exposto a doenças como FIV, FELV, esporotricose, assim como a atropelamentos, entre outros acidentes.

Felipe
Formado em Administração de Empresas, o hobby pela leitura e escrita naturalmente me levou para o caminho de trabalhar como Redator. Trabalhando há dois anos nas horas vagas. E nas ocupadas também.
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