Doenças neurológicas em gatos: entenda os sinais

Seu gato está agindo estranho? Descubra os sinais silenciosos de doenças neurológicas que podem estar afetando seu pet!

O organismo dos gatos funciona a partir da interação perfeitamente coordenada entre diversos elementos. No entanto, não é difícil quebrar a harmonia do sistema. Exemplos desta quebra são as perturbações do sistema nervoso e do equilíbrio hormonal.

Os felinos podem apresentar estes tipos de patologia, que geralmente estão relacionados a questões genéticas ou infecciosas. Doenças neurológicas podem ocorrer em qualquer fase da vida do animal, podendo manifestar-se de maneira aguda ou progressiva, dependendo do caso. 

O sistema nervoso é o grande centro de operações responsável por regular as funções do corpo. É extremamente complexo, composto por tecidos delicados, que são responsáveis pela coordenação motora, geração de estímulos e movimentos dos órgãos.

Doenças e distúrbios mais comuns

  • Tumores;
  • Convulsões;
  • Epilepsia;
  • Hérnias de disco;
  • Trauma craniano e medular; 
  • Meningites;
  • Neoplasias;

As doenças neurológicas em pets podem acontecer por inúmeros motivos, e na maioria deles, o tempo entre diagnóstico e tratamento é crucial para evitar complicações mais graves ou irreversíveis. Por isso é importante saber detectar quando seu animal apresentar alguma alteração.

Sinais de doenças neurológicas nos PETs

  • Fraqueza ou paralisia das extremidades: se seu pet apresenta debilidade dos membros, não aparenta estar tão animado para se locomover como antes, se reclama ao movimentar o quadril, joelho e outras articulações, ou ainda, na pior das hipóteses, não consegue ficar de pé, é muito importante ir ao veterinário para realizar os exames necessários;
  • Alterações ou mudanças na forma de caminhar podem ser um sinal de que o gato está sofrendo de problemas neurológicos: nesses casos, geralmente é possível observar a falta de coordenação, como por exemplo, tropeços e movimentos em círculos;
  • Alteração do estado mental: nos casos em que o animal apresenta estado mental alterado, é possível observar sonolência, falta de atividade, falta de reação a estímulos e falta de interação com o ambiente;
  • Cabeça inclinada: é importante que o tutor esteja atento a sintomas como cabeça inclinada, perda auditiva, perda de equilíbrio, estrabismo ou até movimentos involuntários dos olhos. A cabeça inclinada geralmente está associada a uma lesão no ouvido interno. Se o seu gato tiver idade avançada ou tiver otite grave e você notar estes sintomas, consulte o veterinário para avaliar a condição do animal e fazer o diagnóstico correto.
  • Tremores generalizados: se o PET apresentar tremores em situações adversas, por exemplo, sem estar com frio ou em repouso, é importante ficar alerta e observar em que circunstâncias isso acontece, se possui outros sintomas e ir rapidamente ao veterinário com essas informações em mente;
  • Alteração dos sentidos: além de todos esses sintomas mencionados, é necessário ficar atento a outros sinais de alterações neurológicas que podem se manifestar em PETs de qualquer idade, como por exemplo as mudanças no olfato, visão, audição e tato. 

As convulsões em PETs podem se manifestar de duas formas:

  • Parcial: nesse caso, apresentam alterações motoras, como por exemplo, tremores na cabeça, contração de uma das extremidades, abertura involuntária das mandíbulas, entre outros. Podendo ou não ser acompanhadas de mudanças de comportamento.
  • Generalizada: neste tipo de convulsão, o animal costuma apresentar perturbações motoras, afetando uma maior extensão do corpo, tais como contrações involuntárias do músculo, rigidez do pescoço e extremidades. E também podem ocorrer manifestações involuntárias, como micção, defecação ou excesso de produção de saliva e até perda de consciência.

O que devo fazer se o meu gato tiver problemas neurológicos?

Se o seu bichano apresentar um ou mais desses sinais é imprescindível consultar um médico veterinário imediatamente, pois ele é o único profissional capaz de avaliar o caso e encaminhar o animal para um especialista em neurologia, caso seja necessário.

A boa notícia é que a neurologia veterinária avança a cada dia, e da mesma forma evoluem os equipamentos diagnósticos, técnicas cirúrgicas e principalmente os tratamentos e a qualidade dos medicamentos.

O sistema nervoso do gato

O sistema nervoso dos gatos consiste em biliões de pequenos neurônios que ligam todos os órgãos, unem a medula espinhal, sendo o cérebro a “central de operações“.

Esta rede controla praticamente todas as sensações e movimentos do corpo do gato, isto é, controla movimentos e emoções. Tal como no caso dos humanos, também o cérebro dos gatos constitui a “sede“ do seu sistema nervoso central.

É neste órgão, a pesar entre 20 a 28 gramas e com 3,5 centímetros de comprimento e 2,5 centímetros de profundidade, que todas as sensações do animal convergem.

O cérebro é o responsável pela avaliação, ligação e armazenamento dos impulsos nervosos. Determina ainda a força de uma hipotética reação ao estímulo sensorial.

Doenças do sistema nervoso central

A rede de informação pode ser perturbada por vários motivos, incluindo trauma em consequência de um acidente, doenças congénitas ou infeções. Uma das doenças do sistema nervoso central que se pode manifestar nos gatos é a ataxia.

Animais com esta condição apresentam graves problemas a nível neurológico, traduzidos por um passo instável, problemas de coordenação, desalinhamento da cabeça e falta de higiene.

Caso a gata-mãe esteja infectada com o vírus da panleucopenia felina — também designado por parvovírus felino — tanto esta como os recém-nascidos podem sofrer lesões no sistema nervoso, manifestadas através dos sintomas acima mencionados.

As doenças de depósito lisossômico, problemas hereditários do metabolismo, podem também despoletar perturbações a nível cerebral. Questões externas como acidentes de viação ou quedas que provocam lesões na cabeça ou na medula espinal podem ser sinónimo de danos permanentes no sistema nervoso central.

E mesmo doenças insidiosas como deformações na coluna vertebral e doenças degenerativas do sistema nervoso central podem lesar as redes neuronais e causar deficiências neurológicas.

Por fim, é importante referir que nos gatos podem surgir tumores cerebrais; os acidentes vasculares cerebrais podem também ocorrer. As perturbações do sistema nervoso central são muitas vezes o único indício de que algo não está bem. Os problemas neurológicos fazem parte das situações de emergência! 

Portanto, ao primeiro sinal de sintomas fora do comum, o veterinário deve ser imediatamente consultado — caso os sintomas sejam detectados durante o período da noite ou do fim de semana o nosso conselho é que se dirija ao serviço de emergência veterinária.

De acordo com a causa dos sintomas, o estado de saúde pode ser grave, fatal ou crónico. No entanto, tenha calma, pois nem tudo é uma sentença de morte: é frequente, no caso de gatos com ataxia, os animais nascerem com perturbações neurológicas.

Se estiver disposto a abraçar as particularidades decorrentes desta doença, o fato é que estes animais podem viver uma vida longa e feliz. E o mesmo se aplica a gatinhos que tenham sofrido derrames cerebrais.

Algumas mudanças em casa, como uma rampa até ao seu cantinho de descanso, caixas de areia cuja entrada seja rebaixada e o afeto e o carinho dos donos, permitirão ao animal ser feliz!

Evite fazer diagnósticos a partir de pesquisas na Internet. Tanto o diagnóstico como as hipotéticas opções de tratamento apenas poderão ser apresentados pelo veterinário.

O sistema hormonal do gato

Assim como o sistema nervoso do bichano, o equilíbrio hormonal é constituído por milhões de minúsculos componentes que, numa situação ideal, trabalham continuamente entre si.

As hormonas são substâncias químicas endógenas que transmitem informação no organismo, mantendo e controlando assim as funções orgânicas e os processos metabólicos.

Elas formam-se nas glândulas endócrinas do corpo do animal, deslocando-se através dos vasos sanguíneos até o respectivo órgão-alvo. A secreção hormonal é controlada e regulada pelo cérebro, a “central de operações“ do sistema nervoso central.

O sistema hormonal dos gatos tem um papel essencial em cada processo do organismo do animal, desde a formação dos óvulos até a regulação dos níveis de açúcar no sangue, passando ainda pela utilização dos nutrientes para o desenvolvimento orgânico.

Além disso, as hormonas têm um enorme impacto nas emoções dos mais jovens. O equilíbrio hormonal correto é importante para que todos os processos biológicos do corpo do animal possam decorrer da melhor maneira, para que os gatinhos se tornem adultos saudáveis e ainda para que os mais velhos se mantenham sãos e em forma mesmo na terceira idade. Certo é que os desequilíbrios têm imensas consequências.

Perturbações do equilíbrio hormonal

Os distúrbios do equilíbrio hormonal dos gatos têm bastantes consequências. Entre as doenças mais conhecidas do sistema hormonal incluem-se, por exemplo, o hipotireoidismo, o hipertireoidismo e a diabetes.

Distúrbios da tireóide

  • A tireóide controla diversos processos metabólicos, sendo, portanto, um órgão endócrino indispensável. Em casos de hipotireoidismo, o metabolismo do gato é reduzido; neste sentido, animais com este problema ganham peso. O tratamento mais recorrente baseia-se em tomar hormonas produzidas artificialmente. Infelizmente, estas têm de ser administradas ao longo de toda a vida, mas reduzem significamente os sintomas e permitem ao animal manter a qualidade de vida.
  • Se a tireóide estiver trabalhando em excesso, o metabolismo será também afetado. Ao ocorrer uma libertação excessiva de hormonas a interação dos órgãos fica fora de controle. Sinais típicos de hipertireoidismo são os tremores nervosos, a perda de peso e o aumento do apetite. De acordo com o motivo para o funcionamento desadequado da tireóide, esta pode ser cirurgicamente removida ou destruída. Existem, além disso, terapias medicamentosas.

Distúrbios da diabetes

A diabetes tem se tornado um problema cada vez mais comum entre os gatos. A diabetes insipidus é uma doença do foro hormonal relacionada com perturbações do equilíbrio hídrico, manifestando-se através da extrema concentração da urina. Este tipo de diabetes é raro e tratável com a administração de hormonas.

Muito mais comum é a diabetes mellitus, que é somente designada por diabetes. É causada por problemas no pâncreas que afetam a produção de insulina, e esta é uma tarefa bastante importante, pois o açúcar é a fonte de energia mais importante do organismo.

A diabetes mellitus do tipo 1 é uma doença autoimune. O próprio organismo destrói as células responsáveis pela produção de insulina. No caso da diabetes do tipo 2, as células somáticas desenvolvem já uma elevada tolerância à insulina e deixam de reagir à insulina do próprio corpo.

Desta forma, deixam de ter a capacidade de utilizar o açúcar no sangue e o pâncreas tenta compensar esta deficiência aumentando a produção de insulina e dá-se a desregulação dos níveis de açúcar no sangue. A diabetes do tipo 2 é habitualmente tratada através da regulação do metabolismo da insulina, muitas vezes com a administração direta da hormona.

A diabetes e as doenças da tireóide são apenas dois exemplos de distúrbios hormonais que afetam os gatos. Todas estas doenças são sérias e apenas podem ser diagnosticadas e tratadas pelo médico veterinário.

Saiba como ajudar o seu gato

As causas para estes distúrbios têm a ver com o processo de criação, mas também com a dieta dos animais. É difícil proteger os animais destas perturbações, mas é certo que um estilo de vida saudável com controle de peso e uma nutrição apropriada são excelentes contributos para a saúde do seu gatinho.

Felipe
Formado em Administração de Empresas, o hobby pela leitura e escrita naturalmente me levou para o caminho de trabalhar como Redator. Trabalhando há dois anos nas horas vagas. E nas ocupadas também.
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