Hiperatividade em gatos

O felino é um animal preguiçoso e dengoso. Mas às vezes eles estão cheios de energia. Apesar de ser mais comum entre os filhotes, esse comportamento pode acontecer com os adultos.

Antes de falarmos sobre a hiperatividade felina, é importante saber que o comportamento dos bichanos se difere dos demais. E que também podem ter sim, muita energia para gastar. Isso pode depender da criação e personalidade.

Temperamento

Não há estudos conclusivos que comprovem a razão da agitação do felino. Mas sabe-se que a parte do cérebro responsável pelas emoções é idêntica à dos seres humanos.

Por isso os gatos têm personalidade, uns mais reservados e tímidos, outros mais extrovertidos e agitados. E assim como nós, os bichanos podem ter dias bons e ruins.

Assim, fatores dessa inquietação estão ligados diretamente ao temperamento deles. Entenda e respeite as particularidades do seu animal, é essencial para o relacionamento de vocês.

Lembre também que eles são pequenas “feras”, apesar de fofos e calmos.

Estudos mostram que apesar de serem animais domesticados há mais de três mil anos, eles ainda têm o comportamento de como se estivessem na selva. Para o bichano cada movimento tem sua razão de ser calcada nessa raiz ancestral. Brincadeiras, corridas e pulos fazem parte do treinamento de predador. É comum vê-los dormindo durante a luz do dia, pois eles são animais noturnos, e a maior parte da energia deles é gasta a noite. Tudo isso faz parte do seu comportamento natural.

No entanto, a fase de treinamento para virar fera não dura muito, logo o felino percebe que não necessita se esforçar tanto para ganhar refeições. Por isso os gatos adultos tendem a ser mais tranquilos.

Quando o temperamento do gato passa a ser um problema?

Quando felinos idosos apresentarem muita agitação, deve-se prestar atenção pois existe a possibilidade de estarem sofrendo de Hipertireoidismo.

A glândula tireoide produz bons hormônios para o funcionamento do organismo. Quando estes hormônios são produzidos em excesso causam a doença hipertireoidismo, fazendo com que o bichano fique mais agitado que o normal, além de apresentar outros sintomas como: perda de peso, sede excessiva, micção mais frequente e vômitos.

Qualquer sintomas que perceber no seu pet, leve-o ao veterinário. Realizando exames o tratamento correto será indicado.

Ressaltamos que o gato dificilmente muda o comportamento após adultos, então qualquer mudança repentina pode significar que algo está errado.

Atenção necessária

Caso seu pet não tenha nenhuma doença, essa agitação pode ser que ele queria mais sua atenção. Apesar dos felinos se adaptarem com outros animais no mesmo ambiente, eles necessitam gastar sua energia.

Não é um pet que gosta de passear com coleira, então o tutor deve encontrar soluções para acalmá-lo. Sejam brinquedos, arranhadores ou qualquer tipo de atividade física.

Enriquecimento ambiental

Esta é uma forma de ajudar seu felino a gastar a energia excessiva dele, estimulando o felino a divertir-se de forma autônoma, simulando um pouco dos seus instintos básicos.

Dê a ele brinquedos e atividades que fazem lembrar o ambiente natural deles, isso fará que o espaço dele fique mais agradável.

Um brinquedo indicado é os que possuem alimentos dentro, fazendo com que ele se esforce para tirar. Isso dará a sensação de satisfação para o felino, pois é algo parecido com a caça. Além do estímulo, o bichano ficará um bom tempo se divertindo.

Causas da agitação felina

A agitação felina (hiperatividade noturna) tem início em torno das duas horas da manhã, e faz com que o animal tenha comportamento de chamada de atenção (vocalização excessiva), destruindo objetos, correndo pela casa, cometendo brincadeiras e barulhos que podem fazer até mesmo seus donos perderem o sono.

A ciência explica (ou tenta) o porquê desse comportamento.

A espécie felina é considerada crepuscular, ou seja, ao anoitecer e amanhecer eles ficam especialmente agitados. Isso ocorre devido às presas naturais dos bichanos (ratos, aves e insetos), estarem na ativa nesse horário. Não estão apenas “ativas” como lerdas, por estarem acordando ou indo dormir, tornando assim o horário perfeito para caça.

Como já falamos, os bichanos apesar de domésticos ainda são muito selvagens (predadores naturais) pois compartilham de 95,6% do DNA com tigres, por isso seu comportamento ainda é muito guiado por hábitos da natureza, eles mantêm alguns traços comportamentais dos antepassados.

Geralmente os gatos são mais ativos quando seus donos, também são. Fazendo com que eles fiquem mais agitados quando você (tutor) chega do trabalho. Além disso, vamos levar em conta uma segunda questão, que os gatos tendem a descansar enquanto seus tutores estão fora de casa. Dormem em média de 12 a 16 horas por dia.

Seu bichano fica em casa 24 horas, então bate o tédio e assim ele vai arrumar alguma coisa para fazer. Por isso é bom manter o ambiente preparado para isso, ampliando o tamanho do “mundo” deles.

Para que entenda melhor, essa experiência para os humanos é como se saísse de uma kit net e fosse morar em uma mansão.

Isso fará até mesmo que sua relação com o animal seja harmoniosa e não turbulenta.

Tratamentos para hiperatividade

Há dois tipos de tratamentos para ajudar seu bichano nesse caso: a terapia comportamental e a farmacológica, sendo a primeira indispensável para o sucesso do tratamento.

Terapia comportamental

Ignore o comportamento (indesejado) do bichano. Evite dar atenção a ele quando estiver realizando um comportamento inadequado. Dê você a iniciativa de interação no momento certo e sem recompensa, seja comida ou “festa” (comemoração).

Faça com ele terapia ocupacional, ofereça brinquedos e atenção no início da noite. Nesse caso, após você brincar com seu pet pode dar recompensas, como petiscos para gatos por exemplo.

É importante ele ter um local para afiar as unhas (arranhadores).

Evitar que o felino fique no local que ele dorme durante o dia pode ajudar.

Confiná-lo nas áreas que o pet acessa no período da noite também pode ser útil. Coloque-o em algum cômodo que não tenha acesso ao resto da residência.

Castração! Os machos tendem a ficar menos ativos quando castrados.

Terapia farmacológica

É apenas um adjuvante para a terapia comportamental.

Somente com medicamentos o tratamento não terá sucesso, por isso é importante ressaltar que é necessário fazer as duas terapias juntas.

Antes de iniciar o tratamento, deve passar seu animal de estimação ao veterinário, para que possam fazer um check up com exames, e após análise passar os remédios adequados.

Não medique seu gato sem a orientação de um veterinário!

Mariana Silveira
Mãe, blogueira, apaixonada por animais em geral, especialmente pelos gatos.
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