Hipoplasia Cerebelar Felina
Vários são os fatores que podem levar ao subdesenvolvimento do cerebelo em um gatinho, desde a mãe sendo portadora de alguma condição durante a prenhez (panleucopenia felina, uma doença viral gastrointestinal contagiosa) até traumas que o feto possa ter vindo a sofrer antes mesmo de vir à luz.
Considerando que o cerebelo controla a coordenação e as habilidades motoras, gatos portadores de cerebelos subdesenvolvidos também poderão ter sua mobilidade afetada.
Gatos com hipoplasia cerebelosa felina se caracterizam pelo seu andar desengonçado, e há quem os chame — carinhosamente, esperamos — de “gatos vagabundos” graças a esta característica. Contudo, pode haver casos mais severos, quando o gatinho acaba apresentando problemas motores graves.
Outro sintoma característico é o gato ter tremores na cabeça quando tenta concentrar-se. Também neste sintoma há variações de severidade.
Vale lembrar que a despeito dos sintomas, mesmo os mais graves, é apenas uma questão de falta de coordenação, não quer dizer que o bichano esteja doente, ferido, fraco, etc. A expectativa de vida de um gato portador da hipoplasia cerebelar felina é a mesma de qualquer outro gato — a não ser, claro, que existam outras condições simultâneas.
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Diagnóstico da Hipoplasia Cerebelar
A rigor, a única maneira de diagnosticar “oficialmente” a hipoplasia cerebelar é por meio de uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Na prática, contudo, muitos veterinários já estão acostumados às características e sintomas, o que torna dispensáveis — a critério do veterinário — estes exames mais caros.
Na dúvida, sempre leve seu gatinho ao veterinário, já que existem outras condições que podem produzir sintomas semelhantes aos da hipoplasia cerebelar.
Importância de diagnosticar cedo
A ignorância a respeito da hipoplasia cerebelosa é uma das causas de abandono de gatinhos, pois seus donos ficam assustados com os sintomas e acham que é algo mais grave ou contagioso, e acabam “descartando” os bichinhos.
Como Evitar a Hipoplasia Cerebelar
A resposta simples, talvez simplista, para a questão da prevenção da hipoplasia cerebelar é manter atualizadas as vacinas do seu animal de estimação (não são apenas os gatos que são acometidos desta condição).
Uma outra maneira de evitar a hipoplasia cerebelosa é evitar que seus animais de estimação procriem. Há infindáveis campanhas de conscientização quanto à castração ser um ato de amor pelos animaizinhos de estimação, e evitar a propagação de doenças genéticas para as gerações futuras parece ser uma evidência bem forte de que é isso mesmo.
Tratamento para a Hipoplasia Cerebelosa
Não existe tratamento para esta condição. Até porque um gato portador de hipoplasia cerebelosa não é doente, apenas tem coordenação diferente dos outros gatos “saudáveis”“.
Assim, nada como a atenção e os cuidados dos tutores com seus bichinhos para que estes encontrem meios de superar suas dificuldades e limitações por meio do desenvolvimento de suas habilidades.
Há quem diga que os gatos com hipoplasia cerebelar são os companheirinhos mais doces e carinhosos, que o que falta em coordenação sobra em personalidade. E há também muitos relatos de casos em que com a idade os gatos foram amenizando os sintomas, levando uma vida plena e feliz ao lado de seus humanos.
Convivendo com um Gato com Hipoplasia Cerebelosa
O convívio com um gato portador dessa condição requer alguma adaptação, como já ficou claro de tudo o que escrevemos até agora. Além de todos os cuidados que se devem ter com um gatinho, podemos salientar:
- segurança: devido às limitações motoras do bichano, é necessário ter uma casa mais segura do que seria necessário para um gato livre da hipoplasia cerebelosa, logo mais pleno em sua coordenação motora;
- acessibilidade: a caixa de areia e o comedouro são muito importantes para qualquer gato, mas em se tratando de um com esta condição faz-se mister que estes apetrechos sejam de muito fácil acesso.
Adoção de um Gato com Hipoplasia Cerebelar
Se a pessoa decidir adotar um animalzinho da rua, seja este portador de hipoplasia cerebelar, seja uma mãezinha que possa vir a parir filhotes portadores de tal condição, consciente da possibilidade de vir a ter um gatinho especial em casa, é sinal de que se trata de uma pessoa com a alma muito boa.
Seja como for, antes de trazer para sua vida um gatinho com dificuldades motoras mais ou menos graves a pessoa tem que se fazer algumas perguntas.
- Há outros animais na casa? Nem sempre gatinhos com limitações na coordenação motora são bem recebidos por outros gatos, ou outros animais, que já existam na casa. É conveniente aconselhar-se com um veterinário antes de qualquer decisão para não criar estresse para si e para seus protegidos.
- A casa está pronta para um gatinho especial? Como dissemos antes, segurança e acessibilidade são fundamentais para que um gatinho com necessidades especiais possa desenvolver-se e viver feliz em sua natureza.
- A pessoa pode dar ao gato toda a atenção que ele vai demandar? Um gatinho com dificuldades pode precisar de muita atenção, e é fundamental a pessoa saber até onde está disposta a ir, e se isso será suficiente para cumprir sua responsabilidade com aquela vida.