Toxoplasmose ocular x Gatos
Descubra a verdade sobre a toxoplasmose ocular em gatos e como preveni-la. Saiba os sintomas, diagnóstico e tratamento para se proteger.
Um dos mitos sofridos pelos bichanos, é que a toxoplasmose ocular conhecida popularmente por “doença de gato nos olhos”, é transmitida por eles. Mas isso não é verdade! Abaixo esclarecemos algumas dúvidas sobre o assunto.
Índice de assuntos
O que é toxoplasmose ocular?
É um problema causado pelo protozoário Toxoplasma gondii. Após contaminar o hospedeiro, o parasita pode se alojar em diferentes locais, incluindo os olhos. Neste caso, causa lesões no órgão, podendo gerar várias complicações. É considerada uma doença perigosa e causa muito medo. Mas nossos pets peludos não são os vilões nessa história.
Por que o problema é chamado de doença do gato?
Os gatos são hospedeiros definitivos do protozoário. Significa que o parasita se reproduz no organismo do gato e é expelido através das fezes do animal. Isso não acontece em animais não felídeos.
Porém, estudos mostraram que menos de 15% dos bichanos possuem o parasita. E nos animais contaminados, a maioria mora nas ruas ou têm acesso a áreas externas. Dificilmente um pet caseiro transmite a doença.
Transmissão da doença
O contágio, já que afirmamos que não é transmitido pelos gatos, se dá por ingestão dos oocistos do parasita, que podem ser encontrados no tecido de bovinos e suínos ou em verduras e frutas. Ou seja, alimentos que consumimos. ·
- Carnes cruas ou mal cozidas;
- Vegetais mal lavados;
- Água contaminada;
- Ovos crus;
- Leite não pasteurizado;
Entre outras como:
- Infecção congênita: ocorre na gravidez, os fetos são contaminados na barriga da mãe, por transmissão placentária;
- Inoculação cutânea: por transfusão sanguínea ou por transplante de órgãos;
Para ser infectado através de um gato, você precisaria ter contato com as fezes dele e ingerir o oocisto.
Sintomas da doença do gato nos olhos
Este protozoário responsável pela doença pode alojar-se em diversas partes do corpo. Os principais sintomas, no caso ocular, são: diminuição da visão, vermelhidão, fotofobia, dor, visualização de riscos ou pontos flutuantes e Dismetamorfopsias (alteração nas formas).
A toxoplasmose ocular é muito comum, mas, se não for tratada de maneira correta, leva a cegueira. Por isso, a qualquer sintoma notado, procure um médico.
Podem surgir complicações como, por exemplo, uma grave inflamação vítrea ou descolamento da retina, comprometimento dos nervos óticos (neurite óptica ou papilite), retinites e neurorretinites, pressão intra-ocular elevada (glaucoma), catarata e atrofia óptica.
Lesões da toxoplasmose posterior da retina e da coróide podem provocar uveítes posteriores. As lesões na parte anterior da retina provocam uveítes anteriores. Outros sintomas, como febre baixa, mal-estar, amigdalite, inflamação dos gânglios (atrás das orelhas e da cabeça) e lesões cerebrais (mais frequente em crianças) podem também estar presentes.
Como saber se o gato está com toxoplasmose
Os bichanos costumam ser assintomáticos. Ou seja, não há sinal algum de que estão contaminados. Mas caso seu bichano esteja infectado, não se preocupe. A maioria dos animais não apresenta o protozoário no seu organismo, mas é possível identificar a doença através de exame sorológico com titulação (que mostra se o gato já teve contato com o parasita).
No entanto, o exame não mostra se as fezes estão contaminadas. Mas caso diagnosticado a doença é possível ser tratado sob supervisão veterinária, afinal a doença tem cura para os bichanos.
Como evitar a toxoplasmose
Prevenção é a melhor forma de combater qualquer tipo de doença. Medidas simples podem ser tomadas para evitar o problema. Lembrando que até mesmo quem não tem gato em casa, pode contrair a doença.
Deixe seu gato dentro de casa. Ele em contato com a rua tem menor expectativa de vida, além de poder contrair várias doenças. Troque a areia com frequência. Utilize luvas ao manusear a caixa do gato.
Higienize bem as frutas e verduras antes de ingeri-las. Também evite comer carnes cruas. Após manusear a carne e os vegetais, lave bem as mãos e utensílios de cozinha.
E, claro, além de toda prevenção e cuidado, é recomendado visitas regulares ao veterinário. O especialista identificou o início de qualquer problema de saúde, iniciando o tratamento correto para evitar piores transtornos.
Toxoplasmose ocular tem cura?
Quando a doença é diagnosticada precocemente e é tratada de forma adequada, sim! Em muitos casos, no entanto, apesar de se efetuarem os procedimentos médicos adequados, pode voltar a manifestar-se e vai deixando sequelas na vista. Desta forma, não se pode dizer que exista uma cura definitiva para lesões já existentes (quando a doença já provocou lesões oculares irreversíveis).
Tratamento da toxoplasmose ocular
No tratamento o grande objetivo é evitar a multiplicação do parasita no seu período ativo e minimizar os danos na retina e no nervo ótico. Na maioria das vezes, o tratamento da toxoplasmose ocular exige que se combine vários medicamentos com diferentes propriedades.
O tratamento mais comum é o uso de combinação de medicamentos com propriedades do trimetoprim, sulfametoxazol ou intravítrea de clindamicina/dexametasona pirimetamina, sulfadiazina, clindamicina e prednisolona (corticosteróides).
Mais recentemente, tem sido utilizado trimetoprim (80 mg), sulfametoxazol (400 mg) de prednisolona oral (1 mg / kg/dia). No caso dos recém-nascidos, ela deve ser tratada através da administração, no primeiro ano de vida, de pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico.
Para além de tratamento com medicamentos, a toxoplasmose ocular pode ser tratada com recurso a técnicas cirúrgicas como, por exemplo, a fotocoagulação, crioterapia (estas duas técnicas podem ter como complicações hemorragias intra-retinianas e hemorragia vítrea) e vitrectomia (indicada em casos de descolamento de retina ou nos casos em que as opacidades vítreas persistem).
A prevenção da toxoplasmose ocular é muito importante para evitar que o parasita Toxoplasma gondii atinja o nosso organismo e se propague essencialmente em grávidas.